sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Arroio Marrecas necessita de salvação!




A prefeitura de Caxias do Sul anunciou neste ano o desejo de construir mais uma represa de abastecimento para a cidade. A construção está prevista para acontecer no Arroio das Marrecas em Vila Seca. Porém a obra já está gerando muita polêmica antes mesmo de ser começada.
Os moradores da região estão preocupados com a devastação ambiental e cultural que esta obra acarretará. A Prefeitura em busca de argumentos que legitimem a construção da barragem encomendou um Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), feito por estudantes e professores da UCS. Este estudo apresenta as condições da região como a mais ideal neste momento para abrigar uma obra deste porte. Porém uma Comissão formada por moradores da região contesta o resultado do estudo. Segundo a Comissão, o EIA não apresenta alternativas tecnológicas e nem de localização para esta barragem. No estudo feito pela UCS, fora omitido o número real de arvores protegidas que serão cortadas, por exemplo: o xaxim, a figueira e a araucária. A obra ocupará em torno de 500 hectares, mais de 90% desta área é coberta por vegetação que será inundada.
Ainda acerca do estudo, foi ignorada a presença de mamíferos ameaçados (cotia, paca, veado, etc.), e em nenhum ponto do EIA se faz referência a Implantação de uma Estação Ecológica, nem área alguma para reposição das árvores cortadas. Tal medida é uma determinação prevista em lei, onde é obrigatório o plantio de 15 mudas para cada exemplar cortado, considerando o número de árvores existentes na região é impensável uma área que suportasse a quantidade de mudas a serem repostas.
Além do desastre ambiental que esta represa representa, ainda será necessária a remoção de moradores. Essa medida trará um grande impacto econômico e cultural para o distrito. Muitas das famílias a serem retiradas são produtoras, e ainda outras que preservam o estilo de vida do campo, e por toda a vida lidaram com a agricultura, provavelmente terão de abandonar a tranqüilidade pelo estresse da cidade grande, ainda a perigo de engordarem a fila dos desempregados.
O temor de todxs é que em época de Campanha Eleitoral a obra só sirva para angariar votos. Considerando que pesquisas recentes revelaram que 60% da água tratada pelo SAMAE se perde em vazamentos do encanamento, somente este dado é suficiente para invalidar esta barragem que terá uma vida útil inferior a 15 anos, e um gasto com sua construção acima dos 140 milhões de reais. O que não podemos aceitar é que interesses políticos se sobreponham aos da comunidade, ao meio ambiente, enfim a toda a Terra.
Até quando assistiremos omissos a destruição de nosso ecossistema? Já esquecemos das mais de 600 árvores cortadas irregularmente pela prefeitura nos pavilhões da festa da Uva? E depois das Marrecas qual será o próximo alvo? Santa Lucia do Piai? Criúva? Lajeado Grande?
Reflita...
Mais informações na web: www.marrecas.org

Um comentário:

kako disse...

Olá Amigos,
Obrigado pela divulgação do nosso site e das informações nele contidas.
Convidamos a visitar o site para ver as fotos da destruição que já começou.
Fotografamos recentemente a derrubada de mata nativa e especies proibidas de corte (xaxins e araucárias)pela prefeitura, com a finalidade de abrir uma estrada de acesso ao ponto onde se pretende constriur o muro de contenção da represa. Lembramos que se trata de um projeto incompleto e irregular, sem as devidas licenças "legais" e sem um estudo sério das alternativas locacionais.
Mais uma vez obrigado e contem conosco!
Abraço
CAmossão Pró-Arroio Marrecas